Mimosa – Wikipédia, a enciclopédia livre

 Nota: Não confundir com Acacia dealbata, nem com Acacia farnesiana (espécies que também são conhecidas por mimosa na Península Ibérica[1]).
 Nota: Se procura outros usos do termo, veja Mimosa (desambiguação).
Mimosa
Folhagem e flores de Mimosa pudica.
Classificação científica
Reino:
Divisão:
Subdivisão:
Cerca de 400 espécies, ver texto.
Classe:
Ordem:
Família:
Subfamília:
Tribo:
Gênero:
Mimosa

Espécies

Cerca de 400 espécies, ver texto.

Sinónimos
Plântula de Mimosa pudica a fechar as folhas após toque.
Folhas de Mimosa pudica a fechar quando tocadas (sismonastia).
Inflorescência de Mimosa pudica.
Folhagem de Mimosa decorticans.

Mimosa L., 1753 é um género de plantas com flor, pertencente ao clado Mimosoideae da família Fabaceae, que inclui de 400 a 540 espécies, maioritariamente arbustos e herbáceas.[2][3] O táxon tem centro de diversidade na região Neotropical, mas encontra-se presente em todas as regiões tropicais e subtropicais, sendo comum nas savanas e regiões semiáridas. Algumas espécies são invasoras em regiões onde sejam neobiota. O género é notável por conter espécies que apresentam movimentos násticos retraindo as folhas quando expostas ao toque ou ao calor, sendo das poucas plantas a exibirem motilidade rápida.

O nome genérico deriva do vocábulo do grego clássico μιμος (mimos), um "actor" ou "mimo," com o sufixo feminino –osa, "semelhante a", derivado das suas 'folhas sensitivas' que parecem 'imitar a vida sentiente'.

Mimosa é o segundo maior género de Mimosoideae, tendo distribuição predominantemente na região Neotropical, onde se situa o seu centro de diversidade. As espécies deste género ocorrem em habitats muito diversos, desde florestas tropicais às savanas e regiões semidesérticas. A maior diversidade ocorre na América do Sul, numa vasta região que abrange o Brasil, o Paraguai, o Uruguai e a Argentina. No Brasil o género está representado por cerca de 323 espécies, das quais 38 ocorrem na Caatinga.

O género Mimosa é caracterizado pelo fruto do tipo craspédio, com valvas inteiras ou mais frequentemente segmentadas em artículos monospérmicos. As flores são isostêmones ou diplostêmones e as anteras não apresentam glândulas apicais, o que diferencia Mimosa de outros géneros do clado Mimosoidea.

O género Mimosa pode ser facilmente distinguido dos grandes géneros relacionados, Acacia e Albizia, já que suas flores têm 10 ou menos estames. Note-se que o que aparenta ser uma única flor globular é na verdade uma inflorescência composta por um aglomerado de muitas flores individuais.

A maioria das espécies do género Mimosa contém elevada concentração de ácido heptanoico e algumas droga psicadélica dimetiltriptamina.

Os membros deste género estão entre as poucas plantas capazes de movimento vegetal rápido, cujos poucos exemplos em outros géneros se restringem a Codariocalyx motorius, ao género Aldrovanda, a algumas espécies de Drosera e à famosa dioneia. As folhas de Mimosa pudica fecham rapidamente quando tocadas. Algumas mimosas estendem as folhas durante o dia e as retraem à noite.[4] Usando estas plantas, Jean-Jacques d'Ortous de Mairan conseguiu em 1729 pela primeira vez demonstrar experimentalmente a existência de relógios biológicos.[5]

Algumas espécies deste género são especialmente notáveis pela motilidade das suas folhas, nomeadamente Mimosa pudica, sendo capaz de rapidamente dobrar as folhas quando estas são tocadas ou expostas ao calor. É uma espécie nativa do sul da América Central e do norte da América do Sul, mas é amplamente cultivada a nível global pelo seu valor de curiosidade, tanto como planta de interior em áreas temperadas, como ao ar livre nos trópicos. O cultivo ao ar livre levou a que se comportasse como espécie invasora em algumas áreas, especialmente no Hawaii.

A outra espécie notável é Mimosa tenuiflora, conhecida pelo uso na poção xamânica denominada ayahuasca devido a conter a droga psicadélica dimetiltriptamina, encontrada em alta concentração na casca da raiz.

Mimosa bimucronata
Mimosa caesalpiniifolia
Mimosa diplotricha
Mimosa hamata
Mimosa nuda
Folhagem de Mimosa nuda
Mimosa pigra
Mimosa pudica
Hábito e inflorescência com anteras rosadas de Mimosa quadrivalvis var. nuttallii
Vagem aberta de Mimosa quadrivalvis var. nuttallii
Inflorescências fechadas e abertas de Mimosa spegazzini
Mimosa tenuiflora
Mimosa verrucosa

A taxonomia do género Mimosa seguiu uma história tortuosa, com uma circunscrição taxonómica que variou grandemente, tendo passado por períodos de divisão e agregação. Nos períodos de máxima agregação o género acumulou mais de 3 000 espécies descritas, muitas dos quais foram sinonimizadas com outras espécies ou transferidos para outros géneros.

Em parte devido a estas mudanças de circunscrição taxonómica, o nome Mimosa também foi aplicado a várias outras espécies filogeneticamente próximas, maioritariamente com folhas pinadas ou bipinadas semelhantes, mas posteriormente reclassificadas em outras géneros. Os exemplos mais comuns são Albizia julibrissin e Acacia dealbata, espécies que ainda são conhecidas pelo nome comum de mimosa.

Sistemática e distribuição

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O nome específico Mimosa foi criado em 1753 por Carl von Linné que o publicou em Species Plantarum, 1, S. 516–523. O lectotipo é Mimosa sensitiva L..

Entre os sinónimos taxonómicos de Mimosa L. contam-se: Acanthopteron Britton, Haitimimosa Britton, Leptoglottis DC. ex Standl., Leptoglottis DC. nom. inval., Lomoplis Raf., Mimosopsis Britton & Rose, Morongia Britton, Neomimosa Britton & Rose, Pteromimosa Britton, Schranckiastrum Hassl. e Schrankia Willd..[6]

O género Mimosa pertence à tribo Mimoseae da subfamília Mimosoideae da família Fabaceae (Leguminosae).[6] Existem cerca de 57 géneros semelhantes em riqueza de espécies dentro do grupo das plantas com flor, sendo que o número de espécies é presentemente estimado em 530, mas novas espécies estão sendo constantemente descritas.[7] Devido à sua riqueza em espécies, o género é subdivido em secções e séries.

O género Mimosa tem centro de diversidade no Neotropis, ocupando habitats que vão da floresta equatorial às savanas mais áridas.

Estão validades entre 400 e 530 espécies de Mimosa. A lista que se segue é uma selecção:[6]

Espécies mais conhecidas

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Notas

  1. Mimosa como nome vernáculo in Anthos-Sistema de información sobre las plantas de España (requerer busca interna).
  2. Gledhill, D. (2008). The Names of Plants 4 ed. [S.l.]: Cambridge University Press. p. 356. ISBN 978-0-521-86645-3 
  3. Austin, Daniel F. (2004). Florida ethnobotany Fairchild Tropical Garden, Coral Gables, Florida, Arizona-Sonora Desert Museum, Tucson, Arizona: with more than 500 species illustrated by Penelope N. Honychurch ... [et al.] Boca Raton, Florida: CRC Press. p. 58. ISBN 9780203491881 
  4. Barneby, R.C. 1992. "Sensitivae Censitae: A description of the genus Mimosa Linnaeus (Mimosaceae) in the New World". Memoirs of the New York Botanical Garden, vol. 65.
  5. Neuroscience; Bear, Connors, Paradiso
  6. a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v w x y z aa ab ac ad ae af ag ah ai aj ak al am an ao ap aq ar as at au av aw ax ay az ba bb bc bd be bf bg bh bi bj bk bl bm bn bo bp bq br bs bt bu bv «Mimosa». Agricultural Research Service (ARS), United States Department of Agriculture (USDA). Germplasm Resources Information Network (GRIN) 
  7. a b c d e Marcelo F. Simon, Colin E. Hughes, Stephen A. Harris: Four New Species of Mimosa (Leguminosae) from the Central Highlands of Brazil, In: Systematic Botany, 35 (2), 2010, 277–288. doi:10.1600/036364410X518793

Classificação lineana do género

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Sistema Classificação Referência
Linné Classe Polyandria, ordem Monogynia Species plantarum (1753)

Ligações externas

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