Y – Wikipédia, a enciclopédia livre
Y y | |
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ípsilon, i grego | |
A letra nas versões de fôrma e cursiva, minúsculas e maiúsculas. | |
Sistema de escrita | alfabeto latino, alfabeto latino básico ISO |
Representações alternativas | |
Alfabeto fonético da OTAN | yankee |
Código Morse | |
Código internacional de navegação marítima | |
Telégrafo óptico | |
Braille | |
Alfabeto manual estadunidense |
A letra Y (ípsilon ou i grego) é a vigésima quinta letra do alfabeto latino. Originalmente, no latim, a letra Y representava a vogal grega anterior fechada arredondada. Tal som vocálico não existe mais no grego moderno.
História
[editar | editar código-fonte]O y tem suas origens no alfabeto fenício onde era representado pela letra waw. Ao chegar aos gregos recebeu o nome de upsilon, letra que representava o som da atual letra u. Com a conquista da Grécia pelos romanos no século I a.C., o ípsilon foi incorporado ao alfabeto latino para transcrever palavras de origem grega, tendo o nome de ī Graeca, porque na época o u grego já anteriorizara-se, assemelhando-se a um i pronunciado com os lábios arredondados, som que é representado no Alfabeto Fonético Internacional por esta mesma letra, [y]. Na fonologia grega moderna não se arredondam mais os lábios ao pronunciá-la.
Na língua portuguesa, até a primeira metade do século XX, a letra y era uma letra bem recorrente e como uma vogal, tinha o mesmo valor fonético de i; comumente aparecia em palavras de origem grega, como abysmo, physica e systema, seu uso, no entanto, tornou-se nulo após a Reforma Ortográfica de 1911 em Portugal e o subsequente Formulário Ortográfico de 1943 no Brasil, estes introduziram várias mudanças ao português e uma delas foi a substituição do y por i em todas as ocasiões nas quais ele se encontrava, exceto em nomes próprios de origem indígena como Yara e Kayke, as palavras anteriores então tornaram-se abismo, física e sistema; muitos protestaram contra esta mudança.[1][2][3]
O Acordo Ortográfico de 1990 restaurou a letra y no alfabeto português, sem contudo restaurar o seu uso prévio, que continua restrito às abreviaturas, às palavras com origem estrangeira e seus derivados. No Brasil, o AO-1990 entrou em vigor a partir de 1º de janeiro de 2009 e tornou-se a única norma vigente a partir de 1° de janeiro de 2016.[4]
Fonética e códigos
[editar | editar código-fonte]A informação de que o Formulário Ortográfico de 1943 aboliu o y não corresponde aos fatos. O FO, no item I, número 1, dizia: "O alfabeto do português consta FUNDAMENTALMENTE (destaque adicionado) de vinte e três letras" (cita as letras); e no número 2: "Além dessas letras, há três que só se podem usar em casos especiais: k, w, y."
Conclusão: o alfabeto do português, pelo FO de 1943, tem vinte e seis letras: vinte e três fundamentais e três especiais.
O Acordo Ortográfico de 1990 não "restaurou" o y. A doutrina é exatamente a mesma: k, w, y continuam só para usos especiais. O AO de 1990 apenas incluiu as três especiais na listagem das letras com a finalidade de deixar clara a sua posição na ordenação sequencial do conjunto do alfabeto.
Significados
[editar | editar código-fonte]- O elemento químico Ítrio tem como símbolo o "Y".
- É geralmente utilizada na matemática para representar a segunda incógnita (sendo a representação mais usual a forma minúscula, "y").
- O cromossomo masculino é representado pela letra Y.
Referências
- ↑ Alexandre Fontes, A Questão Orthographica, Lisboa, 1910, p. 9.
- ↑ Teixeira de Pascoaes, in A Águia, citado por Francisco Álvaro Gomes, O Acordo Ortográfico. Porto, Edições Flumen e Porto Editora, 2008, p. 10.
- ↑ Fernando Pessoa, Descobrimento, in Livro do Desassossego.
- ↑ «"Acordo ortográfico só entrará em vigor em 2016"». Portal Brasil. 15 de dezembro de 2014. Consultado em 12 de janeiro de 2016