Jurunas – Wikipédia, a enciclopédia livre
Yudja | |||
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Francisco Juruna brinca com a esposa (Socorro Juruna) e a Filha (Márcia Juruna), na varanda de sua casa, na aldeia São Francisco, na Volta Grande do Xingu, Pará. | |||
População total | |||
950 | |||
Regiões com população significativa | |||
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Línguas | |||
português Língua Yudjá | |||
Religiões | |||
Etnia | |||
Tupi-Guarani |
Os Jurunas (Yuruna; Yudjá - autodenominação) são um grupo de indígenas que se localizam no estado brasileiro do Mato Grosso, mais precisamente no norte do Parque Indígena do Xingu, bem como junto ao baixo rio Xingu, no Pará, na Terra Indígena Paquiçamba e Área Indígena do Km 17.
Sua língua é a única representante viva da família Juruna, do tronco Tupi. Autodenominam-se Yudjá ; o nome Juruna significa, em Tupi-Guarani, “bocas pretas”, porque a tatuagem característica dessa etnia era uma linha que descia da raiz dos cabelos e circundava a boca.
Características gerais
[editar | editar código-fonte]Demografia
[editar | editar código-fonte]Na metade do século XIX, havia uma população estimada em 2.000 indígenas, que viviam no baixo rio Xingu.
Por volta de 1916 houve a separação da etnia Juruna-Yudjá em dois grupos: cerca de 40 Yudjá seguiram para o sul do estado do Pará chegando às terras do atual Parque Indígena do Xingu, no estado do Mato Grosso e 12 indígenas Juruna permaneceram no seu local de origem, na região da Volta Grande do Xingu, no estado do Pará.[2]
Ano | População | Referência |
---|---|---|
1842 | 2000 | ISA[1] |
1884 | 200 | ISA[1] |
1896 | 150 | ISA[1] |
1916 | 52 | ISA[1] |
2001 | 278 | ISA[1] |
2006 | 362 | (Funasa, 2006)[3] |
2010 | 348 | (Unifesp, 2010)[4] |
2014 | 880 | (Siasi/Sesai, 2014)[5] |
2020 | 950 | (Siasi/Sesai, 2020)[1] |
Ameaças
[editar | editar código-fonte]As terras do Juruna no estado do Pará foram atingidas pela construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte e estão ameaçadas pelas obras da mineradora canadense Belo Sun.[6]
De acordo com a liderança indígena Francisco Juruna: “Somos a comunidade mais próxima de Belo Sun e provavelmente seremos os mais atingidos também. Já temos o exemplo de Belo Monte, que chegou dizendo que nada de ruim iria acontecer. Éramos inocentes e só quando os impactos começaram é que descobrimos tudo o que a gente ia sofrer. Depois de termos apanhado bastante, a gente aprendeu. Fomos lesados por Belo Monte, mas não seremos por Belo Sun.”[6]
Obras sobre os Juruna
[editar | editar código-fonte]- Kanemai’a’ahã dju’a papera: Livro do Artesanato do povo Juruna (Yudjá).[7]
- FARGETTI, Cristina Martins. Terminologia da Cultura Material Juruna. Araraquara: Letraria, 2021. ISBN 978-65-86562-60-6.[8]
Referências
- ↑ a b c d e f g «Yudjá/Juruna - Povos Indígenas no Brasil». pib.socioambiental.org. Consultado em 5 de julho de 2024
- ↑ Foltram, Rochelle (2019). «A re-existência Juruna (Yudjá) na construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte». Porto Alegre. XIII Reunião de Antropologia do Mercosul
- ↑ «Yudjá». Povos Indígenas no Brasil. Consultado em 5 de julho de 2024. Arquivado do original em 26 de maio de 2009
- ↑ «Yudjá». Povos Indígenas no Brasil. Consultado em 5 de julho de 2024. Arquivado do original em 16 de dezembro de 2012
- ↑ Instituto Socioambiental (20 de julho de 2019). «Yudjá/Juruna - Povos Indígenas no Brasil». Povos Indígenas no Brasil. Consultado em 5 de julho de 2024. Cópia arquivada em 20 de julho de 2019
- ↑ a b Moura, Lucas Schardong Braescher de (10 Fevereiro 2021). «Indígenas Juruna vivem em risco por megaempreendimentos na Amazônia». www.ihu.unisinos.br. Consultado em 5 de julho de 2024
- ↑ Fargetti, Cristina Martins, ed. (2010). Kanemai’a’ahã dju’a papera: Livro do Artesanato do povo Juruna (Yudjá). [S.l.]: Curt Nimuendaju. 117 páginas. ISBN 978-8599944172
- ↑ FARGETTI, Cristina Martins (2021). Terminologia da Cultura Material Juruna (PDF). Araraquara: Letraria. ISBN 978-65-86562-60-6