Antônio da Silva Melo – Wikipédia, a enciclopédia livre

Antônio da Silva Melo
Antônio da Silva Melo
Nascimento 10 de maio de 1886
Juiz de Fora,  Minas Gerais
Morte 19 de setembro de 1973 (87 anos)
Rio de Janeiro, Guanabara Guanabara
Nacionalidade  Brasileiro
Ocupação Médico, professor e ensaísta
Prémios Prémio Machado de Assis 1952

Antônio da Silva Melo (Juiz de Fora, 10 de maio de 1886Rio de Janeiro, 19 de setembro de 1973) foi um cientista, médico, professor e ensaísta brasileiro.[1]

Estudou no Instituto Granbery e a seguir ingressou na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, cujas aulas frequentou até o terceiro ano, quando se transferiu para Berlim, formando-se em 1914.[2] Especializou-se em Clínica Médica, publicando diversos trabalhos científicos em revistas alemãs.[1]

Em 1916 tentou retornar ao Brasil, tendo seu navio sido torpedeado no Mar do Norte, conseguindo salvar-se e voltou para Berlim.

"Achei que era estúpido acabar devorado pelos peixes, depois de uma vida de extremo labor, de uma dedicação inexcedível ao estudo. Tive pena dos meus parentes que me haviam auxiliado e esperavam tudo de mim."
Antonio da Silva Melo[2]

Devido estar o Brasil em vésperas de declarar guerra à Alemanha, foi para a Suíça, obtendo do governo daquele país permissão para trabalhar nos hospitais de Lausanne e Genebra, obtendo depois o posto de médico adjunto do sanatório Valmont.

Em 1918 retornou ao Brasil, prestando exames e defendendo tese em Belo Horizonte, para revalidação do título. No Rio de Janeiro, presta concurso para professor catedrático de Clínica Médica na Faculdade Nacional de Medicina. Realizou diversos cursos gratuitos para médicos e estudantes na Policlínica de Botafogo e na Santa Casa de Misericórdia.

Em 1944 fundou a Revista Brasileira de Medicina, da qual foi diretor científico até 1973.[1]

Pesquisou e escreveu também sobre nutrição, metabolismo, imunidade e epidemiologia, nefrologia e gastrenterologia, alimentação, psicologia e psicanálise. Seus trabalhos sobre os efeitos biológicos da radioatividade tiveram repercussão no mundo científico internacional.

É considerado um dos principais pensadores brasileiros do início do século XX.[3]

  • Problemas do ensino médico e da educação (1936)[2];
  • Alimentação, instinto e cultura. Perspectivas para uma vida mais feliz (1943);
  • O homem: sua vida, sua educação, sua felicidade (1945);
  • Alimentação no Brasil (1946);
  • Mistério e realidades deste e do outro mundo (1948);
  • Alimentação humana e realidade brasileira (1950);
  • Nordeste brasileiro. Estudos e impressões (1953);
  • Estudos sobre o negro (1958);
  • Panorama da América Latina (1958);
  • Panorama dos Estados Unidos (1958);
  • Estados Unidos Prós e Contras (1958);
  • Israel Prós e contras (1962);
  • Religião Prós e contras (1963);
  • O que devemos comer (1964);
  • Assim nasce o homem (1967);
  • A superioridade do homem tropical (1967)[nota 1];
  • Ilusões da psicanálise (1968).[4]

Várias de suas obras foram traduzidas para o inglês, o francês e o espanhol.

Academia Brasileira de Letras

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Foi eleito em 12 de abril de 1960 para a cadeira 19 da Academia Brasileira de Letras, na sucessão de Gustavo Barroso, sendo recebido em 16 de agosto de 1960 pelo acadêmico Múcio Leão.[5]

Notas e referências

Notas

  1. Neste livro se observam muitas afinidades com a sociologia de Gilberto Freyre, elabora Antônio da Silva Mello uma crítica cultural em que aparece a confiança nos instintos, ou seja, a formulação de que os instintos devem comandar a ciência e a vida social.[2]

Referências

  1. a b c Academia Brasileira de Letras (29 de julho de 2006). «Antonio da Silva Melo». Biografia. Consultado em 26 de abril de 2023 
  2. a b c d Gilberto Vasconcelos (16 de abril de 2000). «A medicina descolonizada do Doutor Silva Melo». Folha de S.Paulo. Consultado em 26 de abril de 2023 
  3. Flávio Checker. «Silva Mello contra a memória encaixotada». Consultado em 27 de abril de 2023 
  4. «Antonio da Silva Melo». Bibliografia. Consultado em 26 de abril de 2023 
  5. «Antônio da Silva Melo». Academia Brasileira de Letras. Consultado em 1 de setembro de 2018 

Ligações externas

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Precedido por
Gustavo Barroso
ABL - quarto acadêmico da cadeira 19
1960 — 1973
Sucedido por
Américo Jacobina Lacombe