Bacia de Campos – Wikipédia, a enciclopédia livre
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A Bacia de Campos é uma bacia sedimentar brasileira situada na costa norte do estado do Rio de Janeiro, estendendo-se até o sul do estado do Espírito Santo, entre os paralelos 21 e 23 sul. Possui aproximadamente 115.800,00 quilômetros quadrados. Seu limite, ao sul, com a Bacia de Santos ocorre no Alto de Cabo Frio; ao norte, com a Bacia do Espírito Santo, ocorre no Alto de Vitória. Seu nome deriva do nome da cidade de Campos dos Goytacazes[1], seguindo orientações do Código de Nomenclatura Estratigráfica Internacional, que orienta que sítios geológicos - nesse caso uma bacia sedimentar - recebam o nome de acidentes geológicos ou cidades próximas. As principais atividades de exploração e produção são realizadas na cidade de Macaé, onde está localizada a base da Petrobras na praia de Imbetiba, além dos municípios de Campos dos Goytacazes, São João da Barra, Quissamã, Carapebus e da região sul do Estado do Espírito Santo.[2]
Em outubro de 2020 a Bacia de Campos foi a segunda maior produtora de petróleo e gás natural do Brasil, atrás somente da Bacia de Santos, tendo produzido 865.724 barris de óleo e 17,67 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia, totalizando 976.871 barris de óleo equivalente por dia. Em números relativos, Campos produziu 30% do petróleo e 14% do gás natural produzidos no Brasil[carece de fontes].
Sistema Petrolífero
[editar | editar código-fonte]Reconhece-se quatro estágios geológicos evolutivos na bacia de Campos, que são pré-rifte (continental), rifte (continental), proto-oceânico (transicional evaporítico) e drift (marinho).[3] Presente em todos as bacias sedimentares marginais do leste do Brasil.
As rochas geradoras de hidrocarbonetos da Bacia de Campos correspondem a folhelhos orgânicos. As principais rochas reservatório da bacia são arenitos turbidíticos, depositados desde o andar geológico Albiano até o Mioceno, seguidos de calcarenitos, depositados durante o andar Albiano, calcáreos de origem microbial, principalmente cianobactérias, depositadas durante o andar Aptiano e de coquinas, rochas formadas por restos de carapaças de crustáceos, e que foram depositadas durante o andar Barremiano[4]. Tanto as coquinas quanto os calcáreos microbiais são informalmente denominados como Camada pré-sal.
Rocha | Identificação | Período Geológico |
---|---|---|
Folhelhos | Formação Lagoa Feia | |
Margas | Formação Lagoa Feia |
Rocha | Identificação | Período Geológico |
---|---|---|
Turbiditos | Formação Carapebus | K. e Terciano [5] |
carbonatos | Formação de Macaé | Albiano [6] |
Arenitos | Arenito Namorado da Formação de Macaé | Turoniano |
Coquinas | Formação Lagoa Feia | Barremiano |
Basaltos | Formação Cabiúnas | Neocomiano |
Rocha | Identificação | Período Geológico |
---|---|---|
Calcilutitos [7] | ||
Margas | Formação Lagoa Feia | |
Folhelhos | Formação Lagoa Feia |
Reservatório | Porosidade (%) | Permeabilidade mD |
---|---|---|
Basaltos Neocomiano | Fraturas | Alta |
Carbonatos Barremiano (coquinas) do rift | 15 - 20 | até 1.000 |
Carbonatos Albiano | 18 | 45 |
Turbiditos Cretáceo Superior | 20 - 25 | 100 a 1.000 |
Turbiditos Terciário | 25 - 31 | até 2.500 |
Água Rasa | Água Profunda |
---|---|
BM-C-21 | BM-C-20 |
BM-C-22 | BM-C-24 |
BM-C-23 | BM-C-25 |
Exploração & Produção
[editar | editar código-fonte]Descoberta a Bacia de Campos, localizada na costa norte do estado do Rio de Janeiro, estendendo-se até o sul de Espírito Santo, com 826 poços exploratórios, sendo 391 poços considerado pioneiro. Com aproximadamente 100 mil quilômetros quadrados, essa passa a ser a maior província petrolífera do Brasil, responsável por mais de 80% da produção nacional do petróleo. A exploração desta Bacia iniciou-se com a descoberta do Campo de Garoupa e teve seu inicio comercial em 1977, no campo de Enchova, com uma produção de 10 mil barris por dia em uma plataforma flutuante.[2]
As primeiras plataformas utilizadas eram do tipo fixa, com jaquetas fixadas no fundo do mar. Na medida em que a exploração alcançou lâminas d'água mais profundas, foram desenvolvidos outros conceitos de unidades de produção flutuantes, como os FPSOs e as SS.[9]
Hoje existem 55 campos, desde o sul do Espírito Santo, como Cachalote e Jubarte, até a região de Cabo Frio, que extraem cerca de 1,49 milhão de barris de óleo e 22 milhões de metros cúbicos de gás por dia. Os maiores campos são os campos gigantes de Marlim, Marlim Sul e Roncador localizados em Macaé - RJ. Operam na região 45 plataformas marítimas das quais 41 de produção e quatro de processamento de petróleo que pertence a cidade de Macaé, conhecida como a capital brasileira do petróleo.
Referências gerais
[editar | editar código-fonte]- Boletim de Geociências da Petrobras, nº1 volume 8, janeiro/março 1994.
- «ANP - Anuário Estatístico - 2005»
- «Página da Petrobras»
- «Posição das Plataformas,Navios Especias,Barcos em Tempo Real»
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ «PEA-BC». IBP – Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis. Consultado em 30 de abril de 2019
- ↑ a b ANP (28 de março de 2002). «Brasil Round 4, BACIA DE CAMPOS» (PDF)
- ↑ Geologia
- ↑ Milani, E.J.; Milali, E. J. et al (2007). «Cartas Estratigráficas – Bacia de Campos». Rio de Janeiro: Petrobras. Boletim de Geociências da Petrobras. 15 (2): 511–529
- ↑ SEDIMENTOLOGIA E PETROLOGIA DOS DEPÓSITOS TURBIDÍTICOS DO CRETÁCEO SUPERIOR DA ÁREA DO CAMPO DE PEREGRINO, BACIA DE CAMPOS, RJ
- ↑ Rochas carbonáticas - calcários
- ↑ Dicionário
- ↑ Tabela de Sísmica e Poços - Brasil Round 4
- ↑ A Bacia de Campos