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David Graeber | |
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غرايبر سنة 2015 | |
Nascimento | 12 de fevereiro de 1961 Nova Iorque |
Morte | 2 de setembro de 2020 (59 anos) Veneza |
Cidadania | Estados Unidos, Reino Unido |
Etnia | judeus |
Cônjuge | Nika Dubrovsky |
Alma mater |
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Ocupação | antropólogo, professor universitário, escritor, sindicalista, social anthropologist, cultural anthropologist, etnologista |
Distinções |
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Empregador(a) | Universidade Yale, Goldsmiths, University of London, London School of Economics |
Obras destacadas | Fragments of an Anarchist Anthropology, Debt, Toward an Anthropological Theory of Value, The Utopia of Rules, Direct Action, The Democracy Project, Lost People, Revolutions in Reverse, Possibilities, Bullshit Jobs: A Theory, O despertar de tudo: Uma nova história da humanidade |
Movimento estético | Anarquismo nos Estados Unidos, antropologia anarquista |
Ideologia política | anarquismo social, socialismo libertário |
Causa da morte | hemorragia interna, pancreatite aguda |
Página oficial | |
https://davidgraeber.org | |
Assinatura | |
David Graeber (Nova Iorque, 12 de fevereiro de 1961 – Veneza, 2 de setembro de 2020) foi um escritor, ativista anarquista, antropólogo e professor de antropologia estadunidense. [1]
Graeber ficou conhecido por sua participação ativa em movimentos sociais e políticos. Ele ajudou a organizar o Occupy Wall Street e os protestos contra o Fórum Econômico Mundial de 2002. Foi membro do Industrial Workers of the World (IWW) e fez parte do comitê da Organização Internacional para uma Sociedade Participativa (em inglês: International Organization for a Participatory Society). Foi professor associado de antropologia social na Escola de Economia e Ciência Política de Londres (LSE) na Universidade de Londres. Também foi professor associado na Universidade de Yale, instituição que, anteriormente, se negou a recontratá-lo após o término de seu contrato em junho de 2007, assunto em torno do qual se apresentam controvérsias e cartas de apoio ao professor e de repúdio à decisão da diretoria da universidade.[2][3]
Biografia
[editar | editar código-fonte]David Graeber Graeber cresceu em um lar com pensamento político crítico. Seu pai era um impressor nos dias de prensas de compensação e lutou com as Brigadas Internacionais contra as forças do General Francisco Franco na Guerra Civil Espanhola. Sua mãe era uma trabalhadora sindicalista que interpretou a protagonista feminina no musical Pins & Needles, dos anos 1930, que celebrou o movimento trabalhista americano.[4][5]
Graeber graduou-se pela Universidade Estadual de Nova Iorque (State University of New York - SUNY) em 1984. Realizou extensos trabalhos antropológicos em Madagascar, escrevendo sua tese de doutoramento pela Universidade de Chicago (The Disastrous Ordeal of 1987: Memory and Violence in Rural Madagascar), à respeito da reprodução das divisões sociais entre descendentes de nobres e escravos.[carece de fontes]
Foi a partir de sua experiência em Madagascar que ele percebeu o valor político da antropologia. Enquanto estava lá, ele observou como várias tribos locais organizavam seus negócios sem a presença do Estado. Presenciar a concretização de outras formas de se organizar uma sociedade, para além das restrições do Estado-nação, alargou radicalmente os horizontes políticos de Graeber, em particular a sua crença na viabilidade do anarquismo. Como o próprio ele próprio colocou: "Anarquismo e antropologia andam bem juntos porque os antropólogos sabem que uma sociedade sem um Estado é possível porque existem tantas." [4]
Graeber foi um participante ativo no Global Justice Movement (Movimento por Justiça Global) nos anos 90, e nos protestos anti Livre-comércio no Quebec e em Nova Iorque no início dos anos 2000. Durante esse período, ele estudou as tendências anarquistas dentro desses movimentos, e, inspirado pela eficácia deles, começou a desenvolver sua própria interpretação do anarquismo. Centrais para essa interpretação - e também para o movimento antiglobalização por si só - estavam dois conceitos: democracia direta e política prefigurativa. Ele levava a prática para a teoria e a teoria para a prática e um dos exemplos disso foi a sua participação no movimento Occupy Wall Street, no qual ele adotou uma série de modelos de organização sobre os quais ele havia escrito, incluindo a democracia direta e a política prefigurativa. Spokescouncils, tomada de decisão por consenso e grupos de afinidade - todos meios anarquistas de organização - foram estruturas organizacionais chave no movimento; enquanto os próprios acampamentos, que Graeber ajudou a organizar, eram essencialmente espaços anarquistas estabelecidos e operados sem uma autoridade centralizada.[4]
Graeber tem livros publicados pela AK Press, uma editora de livros com temáticas libertárias.[carece de fontes]
Morreu no dia 2 de setembro de 2020 em Veneza, aos 59 anos.[6]
Graeber deixou para trás o projeto The Dawn of Everything: A New History of Humanity ( O Amanhecer de Tudo: Uma Nova História da Humanidade), que concluiu três semanas antes de morrer. O livro foi escrito em colaboração com o arqueólogo David Wengrow e baseia-se em novas pesquisas para desafiar a sabedoria recebida no curso da civilização. A história da humanidade, como é tipicamente contada, segue um caminho linear, com fases distintas, de bandos e tribos de coleta de alimentos à agricultura, cidades e reis. Mas, ao longo de pesquisas históricas e arqueológicas, Graeber e Wengrow se confrontaram com uma variedade de histórias. O trabalho aborda sociedades que cultivavam sem realmente se comprometer com isso; e outras cujo poder das figuras de autoridade aplicava-se apenas durante certas partes do ano. Fala sobre cidades que se formaram sem nenhum governo aparente centralizado; e sobre hierarquias brutais tomaram forma entre pessoas que mais tarde inverteram seu curso. São 704 páginas sobre diversas possibilidades de organização social. “Somos projetos de autocriação coletiva”, escrevem Graeber e Wengrow. [7]
Livros publicados
[editar | editar código-fonte]- Toward an anthropological theory of value: the false coin of our own dreams. Nova Iorque: Palgrave, 2001 ISBN 978-0-312-24044-8
- Fragments of an anarchist anthropology. Chicago: Prickly Paradigm Press (University of Chicago Press, 2004 ISBN 978-0-9728196-4-0
- Lost people: magic and the legacy of slavery in Madagascar. Bloomington: Indiana University Press, 2007 ISBN 978-0-253-34910-1
- Possabilities: essays on hierarchy, rebellion, and desire. Oakland (CA): AK Press, 2007 ISBN 978-1-904859-66-6
- Direct action: an ethnography. Oakland: AK Press, 2009 ISBN 978-1-904859-79-6
- Revolutions in reverse. Londres e Nova Iorque: Minor Compositions, 2011 ISBN 978-1-57027-243-1
- Divida: os primeiros 5,000 anos. São Paulo: Três Estrelas, 2018 (original em inglês 2011) ISBN 978-85-68493-14-4
- Bullshit Jobs: A Theory. Nova Iorque: Penguin, mas 2018 ISBN 978-0241263884.
Referências
- ↑ «Página oficial de Internet do Colégio Goldsmith - Universidade de Londres». Consultado em 31 de maio de 2012. Arquivado do original em 22 de julho de 2012
- ↑ Página Oficial da IOPS
- ↑ Página Principal da IOPS
- ↑ a b c «Anarchism Shaped David Graeber. Then He Shaped Anarchism». Novara Media (em inglês). Consultado em 16 de novembro de 2021
- ↑ independent, Associated Press The Associated Press is an; City, not-for-profit news cooperative headquartered in New York (6 de setembro de 2020). «David Graeber, who helped organize Occupy Wall Street, dead at 59». Los Angeles Times (em inglês). Consultado em 16 de novembro de 2021
- ↑ Aeschimann, Eric (3 de setembro de 2020). «David Graeber, l'anthropologue des « bullshit jobs » et d'Occupy Wall Street, est mort». L'Obs (em francês). Consultado em 3 de setembro de 2020
- ↑ Fischer, Molly (9 de novembro de 2021). «David Graeber's Possible Worlds». Intelligencer (em inglês). Consultado em 16 de novembro de 2021
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Webpage da Universidade de Londres (em inglês)
- Entrevista com Mark Thwaite (em inglês)
- David Graeber. no IMDb. (em inglês)
- El anarquismo, o el movimiento revolucionario del siglo XXI, David Graeber e Andrej Grubacic (em castelhano)
- ¿Por qué hay tan pocos anarquistas en la academia?, David Graeber (em castelhano)
- Los nuevos anarquistas, David Graeber (em castelhano)
- Petição de solidariedade internacional - David Graeber (em castelhano)