Contração ventricular prematura – Wikipédia, a enciclopédia livre

Contração ventricular prematura
Contração ventricular prematura
Contração ventricular prematura no eletrocardiograma.
Especialidade cardiologia, eletrofisiologia
Classificação e recursos externos
CID-10 I49.3
CID-9 427.69
CID-11 1928266781
DiseasesDB 32412
eMedicine emerg/773
MeSH D018879
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Contração Ventricular Prematura (CVP), Complexo Ventricular Prematuro ou Extrassístole Ventricular é uma arritmia cardíaca muito comum caracterizada por batimentos cardíacos anormais originados nos ventrículos cardíacos. A prevalência aumenta com a idade, sendo de menos de um por cento em menores de dez anos e identificada ocasionalmente em 69 por cento dos maiores de 75 anos.[1]

Algumas contrações prematuras são comuns em pessoas saudáveis e geralmente nenhuma causa é identificada, pois existem um grande número de fatores de riscos para as CVP[2]:

Sinais e sintomas

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As contrações ventriculares prematuras geralmente não causam sintomas, mas os batimentos cardíacos podem ser sentidas como palpitações anormais. Depois de uma contração prematura o coração demora mais que o normal para contrair de novo.[3] Esse intervalo RR prolongado é descrito popularmente como um "mini-infarto", algumas pessoas descrevem ter sentido que o coração parou de bater por um segundo.

Eletrocardiograma com duas CVPs associadas a cardiomiopatia dilatada.

É diagnosticado pelo eletrocardiograma (ECG), um exame simples, rápido e barato que pode ser realizado no consultório médico durante um curto período de tempo. Entretanto, há apenas uma pequena chance de uma contração ventricular prematura ocorrer no curto período de tempo examinado. O monitoramento Holter é um método muito mais sensível para o diagnóstico, pois grava continuamente o ritmo cardíaco durante um período de 24 horas.[4] Múltiplas contrações ventriculares prematuras podem evoluir para uma taquicardia ventricular, uma arritmia muito mais perigosa.

Em indivíduos saudáveis os CVPs frequentemente podem ser resolvidos ao restaurar o equilíbrio entre os eletrólitos do corpo (magnésio, cálcio, sódio e potássio). A suplementação diária de 260 mg magnésio reduziu em média 77% das extrassístoles. [5]

Em caso de CVPs frequentes ou outras doenças cardíacas associadas, devem ser evitados alimentos com cafeína, álcool, anfetamina e o tabaco. [6]

Os beta-bloqueadores e bloqueadores dos canais de cálcio podem suprimir contrações prematuras. Outros medicamentos anti-arrítmicos, como a amiodarona, também podem ser utilizados quando as contrações ventriculares prematuras são muito frequentes, sintomáticas e interfiram com a função do seu coração.

Para contrações ventriculares prematuras que não respondem a mudanças de estilo de vida ou medicamentos, pode ser útil cateterismo para ablação com radiofrequência. Este procedimento utiliza frequências de rádio para destruir a área de tecido cardíaco que está causando contrações irregulares.[7]

Quando não havia outra doença cardíaca associada, as PVCs são benignas, sem aumento na mortalidade. Porém, quando os complexos ventriculares prematuros são frequentes a mortalidade por doenças coronárias é o dobro, podendo indicar algum defeito cardíaco previamente desconhecido. [8] Neste caso, o risco de AVC também é o dobro do que a população em geral. [9]

Referências

  1. Cha, Yong-Mei; Lee, Glenn K.; Klarich, Kyle W.; Grogan, Martha (February 2012). "Premature Ventricular Contraction-Induced Cardiomyopathy". Circulation: Arrhythmia and Electrophysiology. 5 (1): 229–236. doi:10.1161/CIRCEP.111.963348
  2. Keany, James E.; Desai, Aseem D. (13 January 2017). Schraga, Erik D., ed. "Premature Ventricular Contraction". eMedicine.
  3. Mayo Clinic Staff. Premature ventricular contractions (PVCs) - Symptoms. http://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/premature-ventricular-contractions/basics/symptoms/con-20030205
  4. Meurs KM, Spier AW, Wright NA, Hamlin RL (15 January 2001). "Comparison of in-hospital versus 24-hour ambulatory electrocardiography for detection of ventricular premature complexes in mature Boxers". Journal of the American Veterinary Medical Association. 218 (2): 222–4. doi:10.2460/javma.2001.218.222. PMID 11195827.
  5. Falco, CN; Grupi, C; Sosa, E; Scanavacca, M; Hachul, D; Lara, S; Sacilotto, L; Pisani, CF; Ramires, JA; Darrieux, F (June 2012). "Successful improvement of frequency and symptoms of premature complexes after oral magnesium administration.". Arquivos brasileiros de cardiologia. 98 (6): 480–7. PMID 22584491.
  6. Mayo Clinic Staff. Premature ventricular contractions (PVCs) - Treatments and drugs. http://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/premature-ventricular-contractions/basics/treatment/con-20030205
  7. Belhassen B (2005). "Radiofrequency ablation of "benign" right ventricular outflow tract extrasystoles: a therapy that has found its disease?". J. Am. Coll. Cardiol. 45 (8): 1266–8. doi:10.1016/j.jacc.2005.01.028. PMID 15837260.
  8. Ataklte, F; Erqou, S; Laukkanen, J; Kaptoge, S (15 October 2013). "Meta-analysis of ventricular premature complexes and their relation to cardiac mortality in general populations.". The American journal of cardiology. 112 (8): 1263–70. doi:10.1016/j.amjcard.2013.05.065. PMID 23927786.
  9. Worthington, JM; Gattellari, M; Leung, DY (April 2010). "'Where there's smoke ...': are premature ventricular complexes a new risk factor for stroke?". Stroke; a journal of cerebral circulation. 41 (4): 572–3. doi:10.1161/strokeaha.109.574426. PMID 20167909.