Francisco Dornelles – Wikipédia, a enciclopédia livre

Francisco Dornelles
Francisco Dornelles
Governador interino do Rio de Janeiro
Período 1º- 28 de março de 2016 até 31 de outubro de 2016
2º- 16 de julho de 2017 até 23 de julho de 2017
3º- 29 de novembro de 2018 até 1º de janeiro de 2019
Governador Titular Luiz Fernando Pezão
20.º Vice-Governador do Rio de Janeiro
Período 1º de janeiro de 2015 até 1º de janeiro de 2019
Governador Luiz Fernando Pezão
Antecessor(a) Luiz Fernando Pezão
Sucessor(a) Cláudio Castro
Senador pelo Rio de Janeiro
Período 1º de fevereiro de 2007 até 17 de dezembro de 2014
50.° Ministro do Trabalho do Brasil
Período 1º de janeiro de 1999 até 8 de abril de 2002
Presidente Fernando Henrique Cardoso
Antecessor(a) Edward Amadeo
Sucessor(a) Paulo Jobim Filho
24.° Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do Brasil
Período 6 de maio de 1996 até 30 de março de 1998
Presidente Fernando Henrique Cardoso
Antecessor(a) Dorothea Werneck
Sucessor(a) José Botafogo Gonçalves
Deputado Federal pelo Rio de Janeiro
Período 1º de fevereiro de 1987 até 1º de fevereiro de 2007
(5 mandatos consecutivos)
135.° Ministro da Fazenda do Brasil
Período 15 de março de 1985 até 26 de agosto de 1985
Presidente José Sarney
Antecessor(a) Carlos Viacava
Sucessor(a) Dilson Funaro
Dados pessoais
Nome completo Francisco Oswaldo Neves Dornelles
Nascimento 7 de janeiro de 1935
Belo Horizonte, MG
Morte 23 de agosto de 2023 (88 anos)[1][2]
Rio de Janeiro, RJ
Nacionalidade brasileiro
Alma mater Universidade Federal do Rio de Janeiro
Harvard Law School
Prêmio(s)
Parentesco Tancredo Neves (tio)
Partido
Profissão economista, político

Francisco Oswaldo Neves Dornelles GCMGOMM (Belo Horizonte, 7 de janeiro de 1935Rio de Janeiro, 23 de agosto de 2023)[1][2] foi um economista e político brasileiro. Em razão de sua condição de vice governador do Rio de Janeiro, exerceu o cargo de governador do Rio de Janeiro, entre 28 de março de 2016 e 31 de outubro daquele ano (em decorrência de problemas de saúde do governador)[4] e a partir do dia 29 de novembro de 2018 a 1 de janeiro de 2019 com a prisão preventiva do governador Luiz Fernando Pezão concluído o mandato.[5] Por esse motivo Dornelles foi o responsável por passar o cargo de governador a Wilson Witzel.

Francisco era, pelo lado paterno, primo em segundo grau do presidente Getúlio Vargas e sobrinho do militar, governador do Rio Grande do Sul e Ministro da Agricultura Ernesto Dornelles. Pelo lado materno era sobrinho do primeiro-ministro e presidente eleito Tancredo Neves e primo em segundo grau do senador e ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves (PSDB).[6] Ainda pelo lado materno, era descendente do capitão-mor e ouvidor da Capitania de São Vicente Amador Bueno e dos bandeirantes Francisco Bueno e Bartolomeu Bueno, o Moço.[7]

Bacharel, Mestre e Doutor em Direito pela Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), cursou o International Tax Program da Harvard Law School entre 1965 e 1966, onde especializou-se em finanças públicas e tributação com cursos no exterior. Também estudou Finanças Públicas na Universidade de Nancy, na França.[8] Foi professor de Direito Financeiro na Faculdade Nacional do Rio.

Iniciou a sua carreira como político trabalhando com o seu tio paterno Tancredo Neves na Secretaria de Finanças de Minas Gerais em 1959. Por influência dele atuou junto ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Durante o período de Tancredo como primeiro-ministro do país, foi seu secretário particular.[6]

Após a saída de Tancredo do cargo de primeiro-ministro, se afasta da vida partidária e se dedica à carreira acadêmica. A partir de 1972, assume diversos cargos no governo federal da ditadura militar (ARENA).

Foi secretário da Receita Federal em 1979 e, em 1985, ministro da Fazenda escolhido pelo presidente eleito indiretamente Tancredo Neves e mantido por José Sarney, que acabaria por assumir a Presidência.

Em 1984, com a articulação da candidatura de Tancredo à presidência da República, se aproxima do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB). Em 1986, se elege deputado federal pelo Partido da Frente Liberal (PFL), onde permanece até 1993, quando retorna ao partido sucedâneo da ARENA - o Partido Democrático Social (PDS) - e suas denominações seguintes (PPR/PPB/PP), sendo entre 2007 e 2013 presidente nacionalmente do partido, já então denominado Partido Progressista, sigla da qual foi presidente de honra até o seu falecimento.[8] Transmitiu a presidência do partido ao também senador Ciro Nogueira.[9]

Foi eleito deputado federal pela primeira vez em 1986, tendo sido reeleito por mais quatro vezes seguidas.

Na Constituinte de 1988, segundo entrevista concedida anos depois, Dornelles chegou a ser agredido por Antônio Carlos Magalhães, que lhe puxou a gravata e chamou-o de "traidor", por recusar-se a votar no mandato de cinco anos para o presidente Sarney.[10]

Disputou a prefeitura do Rio de Janeiro em 1992, tendo obtido o 7º lugar.

Foi também o ministro da Indústria e Comércio e o ministro do Trabalho, no governo Fernando Henrique Cardoso.

Em 1987, como deputado federal, Dornelles foi admitido já no grau de Grã-Cruz à Ordem do Mérito, de Portugal.[11] Em 1999, como ministro, foi condecorado por FHC com a Ordem do Mérito Militar no grau de Grande-Oficial especial.[3]

Em 2006, foi eleito senador pelo Rio de Janeiro, tendo como primeiro suplente Péricles Olivier de Paula.

Governador interino do Estado do Rio de Janeiro

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Em março de 2016, em decorrência de problemas de saúde do governador Luiz Fernando de Souza, assumiu interinamente o governo do Rio por sete meses. Afirmou que "a crise financeira nas contas publicas estaduais é grave e que, neste momento, não há dinheiro para pagar os servidores bem como que nunca viu uma crise financeira como a atual".[4] Esteve no exercício do cargo de Governador durante os Jogos Olímpicos Rio 2016, e durante as eleições municipais de 2016. Voltou a assumir em razão da doença do titular em julho de 2017, interinamente.[12]

Em novembro de 2018 voltou a assumir o cargo de governador em exercício em decorrência da prisão do governador Luiz Fernando Pezão, permanecendo nesta condição até a posse de Wilson Witzel, em janeiro de 2019.[13]

Reações aos caos econômico

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Em 17 de junho de 2016, a crise econômica no país, que teve forte impacto no Rio, levou Dornelles, como governador, a decretar estado de calamidade pública a 49 dias do início das Jogos Olímpicos de Verão de 2016. Foi a primeira vez na história que o estado tomou medida semelhante na área financeira.[14]

Francisco Dornelles estava desde maio de 2023 no Hospital Pró-Cardíaco, em Botafogo, na Zona Sul do Rio. Dornelles faleceu aos 88 anos de idade, a causa da morte não foi divulgada.[1][2]

Referências

  1. a b c «Morre, aos 88 anos, Francisco Dornelles, ex-governador do Rio». Super Rádio Tupi. 23 de agosto de 2023. Consultado em 23 de agosto de 2023 
  2. a b c Ingrid Soares (23 de agosto de 2023). «Morre Francisco Dornelles, presidente de honra do PP e ex-governador do RJ». Correio Braziliense. Consultado em 23 de agosto de 2023 
  3. a b c BRASIL, Decreto de 31 de março de 1999.
  4. a b «Dornelles admite equívoco em impasse do RJ com Judiciário», Globo, G1, março de 2016 .
  5. «Governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, é preso» 
  6. a b «Biografia Francisco Dornelles». Consultado em 24 de junho de 2018 
  7. Pike, John. «Tancredo Neves». www.globalsecurity.org. Consultado em 25 de junho de 2018 
  8. a b «Francisco Dornelles morre aos 88 anos, no Rio de Janeiro». Zero Hora (20763): 24. 24 de agosto de 2023 
  9. Ciro Nogueira é o novo presidente do PP Nacional, Juventude progressista .[ligação inativa]
  10. Maklouf Carvalho, Luís (2017). 1988: Segredos da Constituinte 1ª ed. Rio de Janeiro: Record. pp. 241–243. ISBN 978-8501109118 
  11. «Entidades Estrangeiras Agraciadas com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Francisco Dornelles". Presidência da República Portuguesa (Ordens Honoríficas Portuguesas). Consultado em 19 de fevereiro de 2022 
  12. «Pezão ficará afastado do governo do Rio por uma semana». Agência Brasil. 14 de julho de 2017. Consultado em 15 de abril de 2021 
  13. «Lava Jato prende o governador Luiz Fernando Pezão» 
  14. Cristina Boeckel, Daniel Silveira, Henrique Coelho, Káthia Mello (17 de junho de 2016). «Governo do RJ decreta estado de calamidade pública devido à crise». G1. Globo. Consultado em 18 de junho de 2016 

Ligações externas

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Precedido por
Luiz Fernando Pezão
Vice-governador do Rio de Janeiro
2015 — 2018
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Saturnino Braga
Senador
2007-2015
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Carlos Viacava
Ministro da Fazenda
1985 — 1985
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Dilson Funaro
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Dorothea Werneck
Ministro da Indústria, do Comércio e do Turismo
1996 — 1998
Sucedido por
José Botafogo Gonçalves
Precedido por
Edward Amadeo
Ministério do Trabalho e Emprego do Brasil
1999 — 2002
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Paulo Jobim Filho