Parque Estadual do Jaraguá – Wikipédia, a enciclopédia livre
Parque Estadual do Jaraguá | |
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Categoria II da IUCN (Parque Nacional) | |
Vista do pico do Jaraguá | |
Localização | |
País | Brasil |
Estado | São Paulo |
Mesorregião | Metropolitana de São Paulo |
Microrregiões | São Paulo |
Localidades mais próximas | Zona Norte do Município de São Paulo, Osasco. |
Dados | |
Área | 492,68 hectares (4,9 km2) |
Criação | 3 de maio de 1961 (63 anos) |
Gestão | Instituto Florestal e Fundação Florestal |
Coordenadas | |
O Parque Estadual do Jaraguá é um parque brasileiro situado no município de São Paulo, capital do estado de São Paulo, Brasil. A área de preservação foi criada em 1961, em torno do Pico do Jaraguá, o ponto mais alto da cidade, elevando-se a uma altitude de 1.135 metros na Serra da Cantareira.[1]
É um parque remanescente de Mata Atlântica, onde se localiza a casa de Afonso Sardinha, que hoje é tombada pelo patrimônio histórico.[2] Possui trilhas com total contato com a natureza, além de estruturas para recepção de visitantes. Nas imediações também se encontra uma aldeia indígena guarani.
Possui área de 491,98 hectares e se localiza na Zona Noroeste da cidade de São Paulo, onde passa o Trópico de Capricórnio.[3] Seu maior atrativo é o Pico do Jaraguá, que em Tupi significa "senhor do vale". Devido à sua imponência, é ponto de referência para quem chega ou deixa a capital pelo sistema Anhangüera-Bandeirantes.
O parque é considerado um dos últimos remanescentes de Mata Atlântica da Região Metropolitana de São Paulo. Pela proximidade com essa mancha urbana, este bioma encontra-se entre os mais ameaçados do planeta.[1] Localizado na região noroeste da cidade de São Paulo, mais precisamente no bairro do Jaraguá, têm como vizinhos os bairros de Perus e Pirituba e o município de Osasco.
Características
[editar | editar código-fonte]O Parque conta com estruturas para piquenique, churrasqueiras, sanitários, auditório e outros equipamentos para recepção do público. Além disso, possui trilhas e um casarão como patrimônio histórico.
Trilhas
[editar | editar código-fonte]O parque conta com três trilhas:
- Trilha do Pai Zé: com 3,6 km (ida/volta), classificada com dificuldade considerada difícil e alto grau de declividade. É a única trilha que conecta a parte baixa do parque até o Pico do Jaraguá[4];
- Trilha da Bica: com um percurso total de 1,6 km (ida/volta), de dificuldade média e baixo grau de declividade[4];
- Trilha do Silêncio: com extensão de 800 m (ida/volta), de dificuldade baixa, foi adaptada para pessoas com mobilidade reduzida (especialmente desenvolvida e instalada para passeio com grupos de terceira idade, e portadores de necessidades especiais)[4].
Existe uma estrada asfaltada (Estrada Turística do Jaraguá) que leva ao pico com a extensão de 5.356 metros de comprimento, que inicia na rodovia Anhanguera e termina no topo.
Patrimônio Histórico
[editar | editar código-fonte]O Casarão de Afonso Sardinha é um patrimônio histórico datado de 1580, construído durante o Ciclo do Ouro e tombado pelo Condephaat. Uma das últimas casas bandeiristas dos arredores da cidade de São Paulo, foi construída pela técnica de taipa de pilão, o que lhe confere grossas paredes, com cerca de 80 centímetros de largura. A casa foi sede da Fazenda do Jaraguá, propriedade do bandeirante Afonso Sardinha, sendo que a fazenda em si foi adquirida pelo governo estadual em 1940[5].
Após anos de abandono e subutilização, o que restou do casarão foi reconstruído e readaptado para instalação do Albergue da Juventude, que o utilizou em comodato de 1985 até 2012.
Ao lado da casa também está localizado o tanque onde os escravos lavavam do ouro que era minerado nas imediações[5].
Aldeia do Jaraguá-Itu
[editar | editar código-fonte]A Aldeia do Jaraguá-Itu teve início na década de 1960 com a chegada ao local da família de Joaquim Augusto Martins e sua esposa, dona Jandira Augusta Venício (cacique até 2012). A aldeia subdivide-se em duas: Tekoa Yty (“parte de baixo”) e Tekoa Piau (“parte de cima”). A de baixo é a mais antiga e possui 1,7 hectares de área demarcada. O local é histórico, onde já houve a extração de ouro. "A parte de cima" possui cerca de 3 hectares não demarcados em nome dos indígenas[5].
Em 1997 a aldeia recebeu a visita do sertanista Orlando Villas Bôas. Orlando levou alguns índios para um colégio da região, fez uma palestra, contou muitas histórias e respondeu perguntas de alunos. A aldeia mantém a língua e os costumes guaranis e sobrevive do artesanato.[6]
Fauna
[editar | editar código-fonte]Segundo o Plano de Manejo do Parque do Jaraguá, foram detectadas 77 espécies de aves e 7 espécies de mamíferos. Entre os mamíferos, destacam-se o sagui-de-tufo-branco, o sagui-de-tufo-preto, o macaco-prego e a jaguatirica[5].
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ a b «Sobre o Parque». Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo. Consultado em 24 de novembro de 2013. Arquivado do original em 3 de dezembro de 2013
- ↑ «Fundação Florestal obtém reintegração de posse do "Casarão do Afonso Sardinha", no Parque Jaraguá». Fundação Florestal de S. Paulo. 14 de fevereiro de 2012. Consultado em 24 de novembro de 2013. Arquivado do original em 2 de dezembro de 2013
- ↑ «Informações ao Usuário»
- ↑ a b c «Parque Estadual Jaraguá comemora 60 anos de criação». Fundação Florestal. 30 de abril de 2021. Consultado em 14 de fevereiro de 2024
- ↑ a b c d Plano de Manejo / Parque Estadual do Jaraguá. (PDF). São Paulo: Fundação Florestal do Estado de São Paulo. 2010
- ↑ Anelize Moreira (13 de setembro de 2013). «Indígenas reivindicam demarcação de terras e infraestrutura em São Paulo». Rede Brasil Atual. Consultado em 24 de novembro de 2013