Doença de Carrión – Wikipédia, a enciclopédia livre
Carrion's disease | |
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Verrugas peruanas, forma mular. | |
Especialidade | infecciologia |
Classificação e recursos externos | |
CID-10 | A44.0 (ILDS A44.800) |
CID-9 | 088 |
CID-11 | 1917297026 |
DiseasesDB | 1249 |
MeSH | D001474 |
Leia o aviso médico |
Doença de Carrión, Febre de Oroya ou Verruga peruana é uma doença bacteriana causada pela bactéria Bartonella bacilliformis e transmitida por flebotomíneos do gênero Lutzomyia. É endêmica no Peru, Equador e Colômbia.[1]
Causa
[editar | editar código-fonte]É causado por Bartonella bacilliformis uma bactéria parasita, intracelular facultativa, pleomórfica, flageladas que infectam eritrócitos e células endoteliais humanas. É transmitido por mosquitos fêmeas Lutzomyia durante sua alimentação noturna de sangue.[2]
Sinais e sintomas
[editar | editar código-fonte]Os sintomas clínicos de bartoneloses são variados e pode ser assintomática. As duas apresentações clínicas clássicas são da fase aguda e da fase crônica. Os sintomas correspondem ao tipo de células hospedeiras invadidos pela bactéria (primeiro invade glóbulos vermelhos e depois invade células endoteliais). Assim possui duas fases:[3]
- Fase aguda (Doença de Carrión): Geralmente ocorre febre persistente, mas com temperatura não superior a 39 ° C, palidez, mal-estar, fígado inchado (hepatomegalia), pele amarela (icterícia), gânglios linfáticos inchados (linfadenopatia) e baço inchado (esplenomegalia). Esta fase caracteriza-se por uma anemia hemolítica com imunossupressão temporária. As taxa de letalidade de pacientes não tratados ultrapassa 40%, chegando a quase 90% quando simultaneamente ocorre infecção oportunista (como Salmonelose).
- Fase crônica (Verruga Peruana): Fase eruptiva, caracterizada por proliferação de células endoteliais da pele conhecidas como "verrugas peruanas" associadas ao sangramento das verrugas, febre, mal-estar, dores nas articulações e musculares, perda de apetite, palidez, gânglios linfáticos inchados (linfadenopatia) e fígado e baço inchados (hepatoesplenomegalia). Dependendo do tamanho e características das lesões, há três tipos: miliares (1-4 mm), nodulares (subdérmicas) e mular (> 4mm). Lesões miliares são as mais comuns.
Etimologia
[editar | editar código-fonte]Conhecida por povos pré-colombianos, pode ser vista em diversos monolitos e huaco (vasos incaicos). Matou muitos conquistadores espanhóis. Seu nome é em homenagem a Daniel Alcides Carrión, estudante peruano de medicina, portador de verruga peruana que a descreveu até sua morte. Oroya é uma cidade onde ocorreu um surto dessa doença em 1875.[4]
Tratamento
[editar | editar código-fonte]Os antibióticos recomendados durante a fase aguda são as quinolonas (como ciprofloxacina) ou cloranfenicol em adultos ou cloranfenicol mais um beta-lactâmicos em crianças. Para a fase crônica, Rifampicina ou macrolídeos são usados para tratar adultos e crianças.[5]
Referências
- ↑ Herrer, A., 1990. Epidemiologia de la verruga peruana. Gonzales-Magabun, Lima.
- ↑ CESAR GONZALES, R.; CIRO MAGUINA, V.; FELIPE HERAS, M. y LUIS CONDE-SALAZAR, G.. Bartonelosis (Fiebre de la Oroya o Verruga Peruana): ¿Enfermedad ocupacional?. Med. segur. trab. [online]. 2007, vol.53, n.209 [citado 2015-02-09], pp. 35-41 . Disponible en: <http://scielo.isciii.es/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0465-546X2007000400006&lng=es&nrm=iso>. ISSN 0465-546X. http://dx.doi.org/10.4321/S0465-546X2007000400006
- ↑ http://medicina.ufm.edu/index.php/Enfermedad_de_Carri%C3%B3n
- ↑ Ellis BA, Rotz LD, Leake JA, et al. (1999). "An outbreak of acute bartonellosis (Oroya fever) in the Urubamba region of Peru, 1998". Am. J. Trop. Med. Hyg. 61 (2): 344–9. PMID 10463692
- ↑ Huarcaya E, Maguiña C, Torres R, Rupay J, Fuentes L (October 2004). "Bartonelosis (Carrion's Disease) in the pediatric population of Peru: an overview and update". Braz J Infect Dis 8 (5): 331–9. doi:10.1590/S1413-86702004000500001. PMID 15798808.